“Fazer ciência
é bom demais”. Com essa mineiridade no falar, a estudante do ensino
médio da Escola Estadual Padre Miguel, em Simonésia, Luciana de Oliveira
Bove, integrou um grupo de alunos que desenvolveu o projeto a partir do
amido da batata denominado ‘Biolplástico: uma descoberta sustentável?’.
Ela foi uma, entre os cinco estudantes a apresentar o trabalho que
recebeu o 2º lugar do ensino médio na II Mostra Simonesiense de
Trabalhos Científicos (Mosit), além de participar da XIII UFMG Jovem,
feiras de ciências voltadas aos alunos da educação básica e do ensino
médio que aconteceram em 2012.
“O plástico que usaremos no futuro pode
ser produzido basicamente com batata, glicerina, ácido e água”, defende a
estudante que ainda dá a receita, que pode ser conferida ao final da
matéria. A receita, que até parece simples, gera um produto bem
complexo: o polihidroxialcanoato (PHA).
As pesquisas que motivaram o
desenvolvimento do bioplástico começaram na internet, terreno fértil
para encontrar receitas que foram testadas na cozinha da professora.
“Tudo aconteceu em pouco menos de dois meses. Como a escola não tem
laboratório, todos os dias após o expediente me encontrava com as
estudantes em casa para fazermos os experimentos”, relembrou.
Bioplásticos X mercado
De acordo com a Associação Brasileira de
Polímeros Biodegradáveis e Compostáveis – ABICOM, apesar de serem
estudados há mais de 70 anos, apenas nas últimas duas décadas passaram a
merecer mais atenção dos laboratórios, na busca por matérias primas
mais baratas e menos poluentes que o petróleo.
Pesquisas de mercado apontam que
plásticos feitos de batata, milho e outros vegetais estão conquistando
um importante nicho no mercado mundial, além de diminuir nossa
dependência por produtos derivados de petróleo. Segundo relatório
publicado pela consultoria americana BCC Research em 2012, até 2015, o
mercado global para os bioplásticos deve superar 3,2 milhões de
toneladas, com um crescimento anual composto de 41,4%. O mercado
sul-americano crescerá a uma taxa ainda maior, de 53,2%, pulando das
atuais 44.460 toneladas para cerca de 375 mil toneladas métricas em
2015.
Convencida de que a iniciativa deu certo
e foi muito importante para motivar os alunos, a professora pretende
alçar vôos ainda mais altos. “Nós agora vamos batalhar pela montagem do
laboratório na escola e buscar parcerias para fazer maiores quantidades e
desenvolver um produto, como por exemplo a sacola bioplástica”, anseia a
professora.
Em se tratando das sacolas de
bioplástico compostável, elas são resistentes o suficiente para serem
utilizadas em várias compras e podem armazenar lixo orgânico. “Elas
contém resinas feitas de batata (não transgênica) que se decompõem em um
período de 20 a 40 dias transformando em composto orgânico, que pode
ser usado como húmus na adubação. Por isso além de poder usar nas
sacolas plásticas ou outros tipos de embalagem também contribuem para a
eliminação de lixões e aterros sanitários e enriquecem o solo”,
comemorou a professora.
Município de Simonésia / Superintendência Regional de Ensino de Manhuaçu
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