Folha
de santa maria, pitanga, hortelã pimenta, carqueja, hortelã miúda, pó
de casca de romã ou de laranja, pó de semente de abóbora ou de girassol e
rapadura. À primeira vista, esta é uma receita do tempo da vovó, mas,
na Escola Estadual Professor Francisco Faria, em Juiz de Fora, alunos do
5º ano do ensino fundamental, na faixa dos 10 anos, têm aprendido a
valorizar as plantas medicinais, como as utilizadas na receita acima,
que combate a verminose.
O projeto Farmácia Caseira, realizado
pelas professoras Irenice Mendes e Patrícia Siqueira, conscientizou, em
2012, cerca de 100 alunos do 5º ano na escola. A ideia surgiu durante a
Semana de Ciências na escola e o primeiro aprendizado foi diferenciar a
infusão quente da fria. A primeira envolve fervura e a manutenção do
líquido coberto – para não perder suas propriedades -, já para que a
segunda tenha efeito, basta esfregar nas mãos.
Com o recurso obtido por meio da
participação em uma gincana, as professoras compraram mudas e sementes
de plantas medicinais. Dessa forma, os alunos acompanharam todo o
processo, a começar pelo cuidado do herbário, que foi disposto em vários
caixotes, em virtude do limitado espaço disponível. Os pequenos
canteiros permitiram que os alunos reconhecessem as ervas por sua cor,
textura e indicação.
Mas enquanto as plantas cresciam, a
turminha não parou. O passo seguinte foi a redação de um livro de
receitas que, além de chás e preparados naturais, como o docinho que
abriu esta matéria (indicado para combater a verminose!), incluiu,
também, receitas com ervas, como bolos, biscoitos e até pizza
margherita. Essa, inclusive, foi a preferência da Laís Emanuele Lima e
Silva, que contou com a ajuda da mãe para preparar a receita, que leva
manjericão. A aluna que agora vai para o 6º ano aprovou a iniciativa. “É
importante porque trouxe de volta os remédios caseiros, que não têm
efeitos colaterais”, disse.
Não apenas a mãe da Laís, mas todos os
pais foram envolvidos no aprendizado dos filhos, especialmente porque a
confecção e utilização dos preparos demandam a supervisão de um adulto
responsável. Mais do que uma obrigação, os pais se engajaram na causa e
participaram do chá que encerrou as atividades do primeiro ano de
projeto. Diferentes tipos de chás, broas, biscoitos e muitas outras
coisas gostosas marcaram o momento. “Ficou um gosto de quero mais, de
família, de sintonia. Este ano vamos ampliar os trabalhos para outras
turmas da escola”, conta Patrícia Siqueira. A outra coordenadora do
projeto, Irenice Mendes, também destaca a união do grupo e apoio da
diretora, Vera Lúcia Zambelli: “O trabalho em equipe dá força e coragem.
Temos esse trabalho em equipe, em que uma dá força pra outra, e temos o
apoio da gestora, que também nos dá espaço para desenvolver”.
Os alunos que agora deixam a escola para
dar continuidade aos estudos no ensino fundamental, guardaram o
“gostinho” da natureza na ponta da língua. “Gosto mais do chá de
hortelã, porque serve para acalmar”, é a preferência de Giovana da
Silva, também a caminho do 6º ano. Já Andreza dos Santos experimentou os
efeitos da pomada vegetal com toda a família. “Algumas coisas são mais
fáceis de resolver do que a gente pensa!”, compartilhou. A pomada
vegetal é feita a base de 20 a 30 ervas, óleo de soja e vela (sem o
pavio). O produto é indicado para combater picadas de insetos, erisipela
e dor muscular. Para remover manchas da pele, basta incluir alface ou
calêndula ao preparado.
Município de Juiz de Fora / Superintendência Regional de Ensino de Juiz de Fora
0 comentários:
Postar um comentário