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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Farmácia caseira ensina que a natureza é o melhor remédio

Folha de santa maria, pitanga, hortelã pimenta, carqueja, hortelã miúda, pó de casca de romã ou de laranja, pó de semente de abóbora ou de girassol e rapadura. À primeira vista, esta é uma receita do tempo da vovó, mas, na Escola Estadual Professor Francisco Faria, em Juiz de Fora, alunos do 5º ano do ensino fundamental, na faixa dos 10 anos, têm aprendido a valorizar as plantas medicinais, como as utilizadas na receita acima, que combate a verminose.
O projeto Farmácia Caseira, realizado pelas professoras Irenice Mendes e Patrícia Siqueira, conscientizou, em 2012, cerca de 100 alunos do 5º ano na escola. A ideia surgiu durante a Semana de Ciências na escola e o primeiro aprendizado foi diferenciar a infusão quente da fria. A primeira envolve fervura e a manutenção do líquido coberto – para não perder suas propriedades -, já para que a segunda tenha efeito, basta esfregar nas mãos.
Cuidado com o herbário envolveu os alunos em todas as fases do projeto. Foto: Arquivo escola
Com o recurso obtido por meio da participação em uma gincana, as professoras compraram mudas e sementes de plantas medicinais. Dessa forma, os alunos acompanharam todo o processo, a começar pelo cuidado do herbário, que foi disposto em vários caixotes, em virtude do limitado espaço disponível. Os pequenos canteiros permitiram que os alunos reconhecessem as ervas por sua cor, textura e indicação.
Mas enquanto as plantas cresciam, a turminha não parou. O passo seguinte foi a redação de um livro de receitas que, além de chás e preparados naturais, como o docinho que abriu esta matéria (indicado para combater a verminose!), incluiu, também, receitas com ervas, como bolos, biscoitos e até pizza margherita. Essa, inclusive, foi a preferência da Laís Emanuele Lima e Silva, que contou com a ajuda da mãe para preparar a receita, que leva manjericão. A aluna que agora vai para o 6º ano aprovou a iniciativa. “É importante porque trouxe de volta os remédios caseiros, que não têm efeitos colaterais”, disse.
Chá marcou o encerramento do primeiro ano de atividade do projeto Farmácia Caseira. Foto: Arquivo escola
Não apenas a mãe da Laís, mas todos os pais foram envolvidos no aprendizado dos filhos, especialmente porque a confecção e utilização dos preparos demandam a supervisão de um adulto responsável. Mais do que uma obrigação, os pais se engajaram na causa e participaram do chá que encerrou as atividades do primeiro ano de projeto. Diferentes tipos de chás, broas, biscoitos e muitas outras coisas gostosas marcaram o momento. “Ficou um gosto de quero mais, de família, de sintonia. Este ano vamos ampliar os trabalhos para outras turmas da escola”, conta Patrícia Siqueira. A outra coordenadora do projeto, Irenice Mendes, também destaca a união do grupo e apoio da diretora, Vera Lúcia Zambelli: “O trabalho em equipe dá força e coragem. Temos esse trabalho em equipe, em que uma dá força pra outra, e temos o apoio da gestora, que também nos dá espaço para desenvolver”.
Os alunos que agora deixam a escola para dar continuidade aos estudos no ensino fundamental, guardaram o “gostinho” da natureza na ponta da língua. “Gosto mais do chá de hortelã, porque serve para acalmar”, é a preferência de Giovana da Silva, também a caminho do 6º ano. Já Andreza dos Santos experimentou os efeitos da pomada vegetal com toda a família. “Algumas coisas são mais fáceis de resolver do que a gente pensa!”, compartilhou. A pomada vegetal é feita a base de 20 a 30 ervas, óleo de soja e vela (sem o pavio). O produto é indicado para combater picadas de insetos, erisipela e dor muscular. Para remover manchas da pele, basta incluir alface ou calêndula ao preparado.
Município de  Juiz de Fora / Superintendência Regional de Ensino de Juiz de Fora
Postado em: Escola é Manchete — Bárbara Camargo @ 10:40 
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